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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

LAVA JATO


O genro do ex-deputado federal Pedro Corrêa, Laudo Aparecido Dalla Costa Ziani, foi preso na manhã desta quinta-feira (3), em mais uma fase da Operação Lava Jato. A Polícia Federal deteve Ziani no Edifício Água Viva, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, segundo informações do site G1. A Operação foi batizada de “Rio 40 graus”, e investiga um esquema de corrupção com pagamento de propina e desvio de dinheiro em obras do Rio de Janeiro, tendo como principal alvo o ex-secretário municipal de obras na gestão do prefeito Eduardo Paes, Alexandre Pinto, que também foi preso agora pela manhã.

A Polícia Federal em Pernambuco não revelou qual a acusação contra Laudo Ziani. Ele é casado com a ex-deputada federal por São Paulo, Aline Corrêa, segundo informações do primo do ex-deputado, advogado Clóvis Corrêa. A defesa de Ziani ainda não foi localizada. O genro do ex-deputado foi encaminhado pela PF direto para o aeroporto do Recife, de onde será transferido para o Rio de Janeiro. Também há um mandado de busca e apreensão sendo executado pela PF em Petrolina, no Sertão do São Francisco.

Envolvido inicialmente no Escândalo do Mensalão, Pedro Corrêa atuou na Câmara dos Deputados entre 1978 e 2006, quando teve o mandato cassado por denúncias de corrupção. Três anos antes já havia enfrentado outro inquérito por envolvimento em pirataria e sonegação fiscal, em investigações de contrabando de cigarros. Ele perdeu o mandato em março de 2006 e ficou inelegível até 2014.

Já na Operação Lava Jato, Pedro Corrêa foi preso em abril de 2015, e transferido para a carceragem da PF em Curitiba, Paraná, de onde saiu em março deste ano para se submeter a uma cirurgia no Recife. O juiz federal Sérgio Moro condenou o ex-deputado a 20 anos e sete meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção, e segundo Moro, ele teria recebido quase R$ 12 milhões do esquema. O ex-deputado negociou delação premiada para reduzir a pena, em 2016, mas ainda não obteve homologação da Justiça.

Filha de Pedro Corrêa e esposa de Laudo Ziani, Aline Corrêa, foi eleita deputada federal pelo PP de São Paulo em 2006 – na esteira dos quase 740 mil votos obtidos pelo deputado Paulo Maluf (PP) – e se reelegeu em 2010, mas deixou a vida pública em 2014. Ela também já foi investigada pela Operação Lava Jato por peculato, suspeita de fazer contratações de funcionários fantasmas na Câmara dos Deputados. O processo, porém, foi arquivado por ordem judicial. Antes, em 2011, foi envolvida na investigação de contrabando de cigarros falsificados, transportados por caminhões da empresa do seu marido, Laudo Ziani.

Segundo a PF, Ziani será conduzido ainda nesta quinta-feira ao Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro

Na Prefeitura do Rio de Janeiro, a Lava Jato investiga contratos firmados durante a gestão de Eduardo Paes, com base na delação da empreiteira Carioca Engenharia. Há suspeitas de corrupção, pagamento de propina e desvio de recursos em obras. A 43ª fase da operação cumpre 10 mandados de prisão, sendo nove no Rio e um em Pernambuco, além de um mandado de condução coercitiva em São Paulo. Todos expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ªVara Federal Criminal do Rio. Naquele Estado, a Lava Jato tinha como principal alvo o ex-governador Sérgio Cabral, que está preso e respondendo a vários processos. No entanto, a operação ampliou seu espectro para investigar toda a organização criminosa montada por Cabral e o PMDB no Estado.

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